Me apaixonei por um poeta

"Sempre podemos estar em festa, se estamos de bem com a vida."

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Que nossos dias sejam leves

"Que nossos dias sejam leves, que se encaixem como versos de um poema em uma rima rica, que a poesia preencha os intervalos de nossas pressas, e que, nossos dias terminem na calma da palavra Amor."

Ana Paula Silva
Autora do Livro: Me Apaixonei Por Um Poeta



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

CORAÇÃO SEM PAIXÃO



Coração sem paixão

Em volta só se vê saudade.
E no cerne, a dor invade.
De onde vem essa emoção,
se não se vê nenhuma razão?
Pode vir de uma vontade
de um amor que não foi verdade
Pode se viver de ilusão,
se não tem amor e nem paixão?
O que importa é a vontade
de encontrar paixão sem vaidade.
Mas como saciar o coração,
até que lhe causem excitação?
É difícil controlar a ansiedade,
a pressa por um amor na realidade
Onde encontrar solução
pra um coração que sonha ser vulcão?
No despertar de uma amizade,
e o coração já faz alarde,
há coração.  
Não descobre a solução.

Ana Paula Silva
Autora do Livro: Me Apaixonei Por Um Poeta

Poema contido no livro "Ondas Poéticas". Darda Editora 2016.




domingo, 14 de fevereiro de 2016

CONTO: TRINTA


Trinta

Entardecia, July estava deitada em sua cama, o dia estava frio, ela se cobriu com uma manta, para se sentir mais confortável, quem sabe se sentir aquecida amenizasse sua solidão. Ela estava ali pensando na vida, no dia seguinte ela completaria 30 anos, e essa ideia movimentava seus pensamentos, que variavam entre questionamentos, avaliações e planos futuros.
July se sentia muito sozinha nos últimos dias, o fato de completar 30 anos a assustava, pois, desde sua infância ela era uma criança sonhadora, fazia planos em sua mente, e vislumbrava uma vida confortável, feliz, amorosa. E, no entanto, seus planos estavam meio que frustrados. Ela tinha uma vida financeira razoável, mas longe de ser confortável, como ela sonhara. Ela tinha alguns momentos felizes com sua família, seus amigos, mas não demorava muito até ela se sentir traída, enganada por alguma dessas pessoas. Então ela se abria menos a cada dia. E o amor, ah, esse era o que ela sentia mais falta, chegava a sentir dor física quando pensava muito sobre esse aspecto.
July sentia frio, o cobertor não era suficiente para aquecer o vento álgido que vinha da janela de seu passado. Não era, necessariamente, seu passado que a incomodava, mas, esse tinha total influência no seu presente, e, este precisava de mudanças, para que seu futuro ficasse a contento.
Ela era uma mulher bonita, morena, cabelos longos com singelo cacheado, olhos vívidos, chamava atenção pela sua beleza e, principalmente, pela sua simpatia, sempre tinha sorrisos a distribuir, mesmo que por dentro seus sentimentos estivessem beligerantes.
July encolhia, rolava na cama, tentava encontrar alguma forma de parar seus pensamentos, mas era em vão, eles tintilavam em sua cabeça, esses fleches passeavam desde sua infância até na semana anterior aquela data, que foi quando July terminou um relacionamento rápido com um rapaz que conhecera numa festa. Foi um relacionamento curto, porém, muito intenso.
Cláudio era um belo jovem, tinha 27 anos e acabara de terminar a faculdade. Tinha muito contato com as artes, uma vida careta, mas, uma cabeça muito aberta, a parte financeira razoável e já era considerado um bom partido pelas garotas. Ele e July conversaram muito, no tempo que passaram juntos, ele contou sua vida pra ela, coisas da infância, brincadeiras com os primos, festas da adolescência, viagens da faculdade, romances, amores e tudo que envolvera sua vida. July ouvia atentamente, mas, o que mais atraía a atenção dela, era a propriedade com que Cláudio conduziu sua vida, tomou decisões e enfrentou desafios para realizar seus sonhos, ele foi autor da própria história.
July refletiu muito sobre esse assunto “ser autor da própria vida” e chegou a conclusão que nunca fui autora de sua própria vida. Foi uma criança reprimida, que não brincava na rua, não fazia artes, não inventava suas próprias brincadeiras, sempre obedecendo a alguém. Seus pais (sempre sérios e fechados) não tinham muito tempo livre, o que ela tem de lembrança boa da infância é que à noite se recostava no colo de sua mãe pra ver TV. July não acreditava em Papai Noel, pois, sempre via os presentes antes (sua curiosidade a levava onde a mãe os escondia), mas não dizia nada a ninguém, aliás, até hoje, ela nunca diz nada a ninguém. Em sua vida só ela sabe o que se passa, não tem amigas confidentes, nem mesmo um diário.
            Na adolescência ela se soltou um pouco mais, ia a clubes, cinemas e passeios com as amizades da época, considerava a melhor fase de sua vida, apesar de sempre ter sido traída (de alguma forma) por essas amizades, mas sempre partia pra outra. Ainda na adolescência, July conheceu o “amor”, era um amor bonito, leve, que enchia seu coração de fantasias e a vida de poesia, sua vida era conduzida por esse amor, não se reservou o direito de escrever nem mesmo uma frase inteira nessa história, da qual não era autora, se resumiu a uma única palavra “sim”.
            Viveram esse “amor” por três anos, não era um amor comum, era uma relação de carinho, companheirismo, luta, força. July realmente acreditava que era feliz, mas, ao mesmo tempo, sentia que faltava alguma coisa, não conseguia identificar o que era. Só hoje, ela percebe que sentia falta era desse controle da própria vida, não era autora, e sim, uma simples coadjuvante em sua própria história.
            July não tinha dado continuidade aos estudos, tinha um bom emprego, se levasse em consideração que só tinha o segundo grau. Teve alguns namorados desde a separação, mas nenhum amor que rompesse a carapaça que envolvia seu coração.
            Hoje July estava só, num primeiro momento, se sentia abandonada, traída, enganada, pois, tudo que tinha vivido, descobrira ser mentira, de alguma forma a vida tinha passado e sua idade estava pesando em seu corpo, ela nem sequer tinha percebido. A solidão era o pior sentimento que já havia sentido em toda sua vida. Estava mal, não se alimentara e nem dormia naquela semana, além de se sentir mal em atrasar os compromissos firmados.
            E July se via ali, sentindo frio na alma, quando, em meio aos seus pensamentos, lhe veio um sorriso do Cláudio, como uma luminescência que lhe envolvesse e aquecesse. Ela se lembrou de quanto apreciava o sorriso dele e sem perceber se vê sorrindo também. Quando lhe vem a cabeça a ideia de que nada na vida é ao acaso. July então percebe o poder de Deus e o motivo da passagem rápida de Cláudio em sua vida. E em tom de oração ela pensa:

            “Como Deus é bom comigo! Enviou-me um presente, um lindo anjo, repleto de ternura e carinho. Passamos muito pouco tempo juntos, mas o suficiente pra eu entender que era preciso mudar minha vida, que era preciso parar de me esconder dela, que era preciso mostrar a cara, gritar pro mundo que eu existo. Ainda não aprendi gritar, mas, terei a solidão, a partir de hoje, como minha aliada, aproveitarei o tempo sozinha para crescer como pessoa. Sinto-me livre agora, como nunca havia me sentido na vida, nem mesmo na adolescência. E, sinto-me pronta para que o amor renasça em meu coração.”

Ana Paula Silva

Autora do Livro: Me Apaixonei Por Um Poeta

Conto contido no Livro Mulheres e Meninas: Prosa e verso da alma feminina
Editora Illuminare - 2015

Microconto: No momento em que o sol se pôs


No momento em que o sol se pôs


“Era final de tarde, sentada na cadeira de balanço, na varanda de uma singela casa no alto de uma montanha, sozinha observava o sol se pôr. Uma grande emoção invadiu todo meu ser, o laranja avermelhado coloria todo verde em volta e meus olhos comtemplavam o espetáculo como se aquele pudesse ser o último pôr de sol. Mil coisas passaram em minha mente, coisas que fiz, coisas que deixei de fazer, pessoas que amei, pessoas que deixei partir. Eu fui feliz? Essa questão brilhava como neon em todas as minhas lembranças. Estremeci.”

Ana Paula Silva
Autora do Livro: Me Apaixonei Por Um Poeta



terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O amor é assim


O amor é assim, seja em qualquer de suas formas (amizade, romance, fraterno), necessita de cuidados, dedicação, tempo e tem que ser recíproco. Por isso, valorizar quem dedica seu tempo a nos cuidar é essencial, caso contrário, perceberemos a sua ausência e será tarde...

Ana Paula Silva
Autora do Livro: Me Apaixonei Por Um Poeta



sábado, 6 de fevereiro de 2016

Redescobrir


E a cada dia descubro forças em mim que nunca imaginei que tivesse. E ao mesmo tempo em que tenho que me fazer forte, acontece algo para sorrir e, no meio de toda confusão, me redescubro doce e terna, capaz de encantar com um simples sorriso. 

Ana Paula Silva
Autora do Livro: Me Apaixonei Por Um Poeta