Me apaixonei por um poeta

"Sempre podemos estar em festa, se estamos de bem com a vida."

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Entrevista "Diálogos" Publicada em 13/06/2015


▄▀▄▀▄   ❝Diálogos❞  ▄▀▄▀▄ 
Wagner Williams Ávlis
Saudações, amigos leitores e escritores. Vamos dialogar hoje na ❝Diálogos❞? Hoje a entrevista é com a romancista mineira Ana Paula Silva. Conheci a autora numa rápida passagem na comunidadeLiteratura Brasileira, da qual ela é membro. Ana Paula é formada em Ciências Contábeis e pós-graduada na Gestão Contábil, em controladoria empresarial. Lançou no início deste ano seu 1º romance, “Me Apaixonei Por Um Poeta”, livro que narra as peripécias do destino em torno de uma mulher apaixonada por um poeta. Ana Paula tem seu blog autoral, escreve para a comunidade Poemas e Canções e divulga seu trabalho em 15 comunidades ligadas à escrita. Possui sua própria confecção de lingeries, para a qual desenha os modelos. Caseira de hábitos simples, ela gosta de artes, gama ler, conversar, ir ao cinema, ouvir música, passear/viajar.

➊ Pessoalidade (10 perguntas)
1º) Quando e através de quê a sua pessoa despertou-se para a arte da escrita?

A escrita sempre me atraiu. Sempre escrevia alguma coisa diante dos acontecimentos importantes ou inusitados da vida que me tocavam o coração. Mas meus escritos que eram divulgados anteriormente estiveram ligados a trabalhos científicos. O livro “Me Apaixonei Por Um Poeta” foi meu primeiro desafio na área da literatura romântica. Isso foi no início de 2015 e rapidamente ele ficou pronto e já publicado. Desde então, me apaixonei pela escrita de vez, e tenho escrito sempre.

2º) Dentro das categorias e estilos clássicos do jornalismo, da filosofia ou da literatura, você acha que se identifica mais com qual? Enquanto escritor(a), como você se define ou se apresenta aos leitores? Qual é seu objetivo com a escrita?

Acredito que dentre esses estilos minha escrita tenda para a literatura romântica, com alguns passeios pela Filosofia, já que os sentimentos estão sempre aflorados enquanto escrevo e, às vezes, levam a questionamentos existenciais. É uma tarefa difícil se definir em palavras como escritora, o que posso dizer é que procuro me entregar ao momento, para que as palavras se juntem de maneira especial e formem uma história. Normalmente o sentimento, a ideia do texto, já existe (acontecimentos do cotidiano, natureza, datas, sentimentos), e me entrego aos pensamentos para que flua e organize a melhor maneira de transcrevê-los e de me fazer entender pelos leitores. Com base nisso, diria que a simplicidade na escrita possa ser uma característica predominante. O objetivo com a escrita sem dúvida é a partilha. Sempre li muito, todo tipo de leitura, e acho fascinante esse compartilhamento, abrange muitas pessoas e fica perpetuado para sempre. O que é escrito, seja experiência vivida, seja ficção, sejam ensinamentos, podem ajudar alguém em algum momento, podem servir de inspiração pra novos feitos, e isso me fascina e motiva.

3º) Em que/quem se inspira? Quem são seus autores-referências preferidos?

Eu gosto muito de ler, e leio de tudo um pouco, mas sou apaixonada pelos poetas Castro Alves, Carlos Drummond de Andrade, José de Alencar, Mário Quintana e muitos mais. Leio muitas poesias e textos fantásticos de autores que ainda serão sucesso.

4º) Ser escrevente é ser plural. Mas bem se sabe que em cada autor subsiste um tema dominante, recorrente em sua produção. Que tema prevalece na sua?

Sem dúvida, o tema predominante, até agora, é o amor. Tendo em vista que adentrei no meio literário recentemente, pode ser fase, e o tema pode mudar futuramente, mas por enquanto sempre me pego escrevendo sobre as diversas faces e encantos do amor.

5º) Pode nos narrar como começa e termina seu processo de redação? De qual forma ele lhe ocorre?

Não tenho uma regra: posso estar na rua e me vem uma ideia a partir de algum acontecimento simples; posso estar caminhando em direção a algum lugar e pensando na vida, e quando chega o momento propício, escrevo sobre, ou, outras vezes, me sento com o propósito de escrever, sem ideias pré-fixadas e elas acabam surgindo e se organizando no pensamento; outras, ainda, as palavras simplesmente vão vindo e vou escrevendo, depois volto para organizar a ideia.

6º) Qual é o seu maior e vital componente motivador?

O trabalho pronto. Quando escrevo, me entrego à escrita, os sentimentos saltam de mim para o papel ou para o teclado, e o resultado final sempre me surpreende. Também o fato de mais alguém se identificar com o trabalho. E a possibilidade de ser lido pelos meus descendentes me atrai.

7º) Já aconteceu algum fato inusitado, engraçado, curioso, sinistro na sua caminhada de autor(a)? Pode nos contar?

Meu livro foi lançado em março, e desde então venho escrevendo textos também. É pouco tempo para acontecimentos assim. Uma coisa que aconteceu que me chamou atenção foi uma coisa boa. Na verdade, uma leitora do livro, amiga minha, leu o livro e ligou pra contar suas percepções e sentimentos. Passado algum tempo ela ligou novamente emocionada, que tinha lido o livro novamente e que sentiu mais emoção ainda na segunda leitura. Eu nunca tinha imaginado alguém ler meu livro por duas vezes. Foi uma emoção interessante.

8º) Como e quando lhe surgiu a iniciativa de criar seu espaço virtual? Nos fale um pouco da sua relação com seus seguidores/leitores e da rotatividade de conteúdos lá dentro.

Eu gosto e utilizo de espaços virtuais há algum tempo, mas com a publicação do livro surgiu a necessidade de divulgação e de elaborar melhor o espaço virtual, criando páginas específicas para tal e também o blog.  Esses espaços me servem como incentivadores da escrita frequente, e proporcionam-me interagir com os leitores e também com pessoas que também atuam na arte da escrita, possibilitando troca de experiências muito interessantes. Procuro efetuar posts frequentes, para manter a atenção que os leitores têm dedicado a mim.

9º) Por que o g+? Onde você está nas outras redes sociais?

Gosto do g+ pelas interações com as comunidades e páginas. Essa possibilidade amplia a comunicação e a aproximação das pessoas por afinidades. Utilizo o Facebook, também tenho uma página lá no Instagram, no twitter e no blog.

10º) Atualmente, quais são seus maiores desafios, obstáculos, dificuldades para a carreira? O que lhe desanima? Onde pretende chegar?

Meu maior desafio, no momento, é trabalhar para uma boa divulgação do livro “Me Apaixonei Por Um Poeta”. Paralelo a isso, estou desenvolvendo um trabalho com textos, e também já estou dando início ao segundo livro.

➋ Paráfrase (5 perguntas)
1º) “Comigo [o escritor]
        A anatomia ficou louca:
        Sou todo coração”? (W. Maiakovski).

Quando escrevo, procuro me entregar completamente às emoções, e o coração acaba por pulsar, realmente, em todas as partes do corpo, como afirma Maiakovski. Quando o tema é “amor”, quanto mais sensíveis nos colocarmos, mais sinceros, mais o coração reage ao momento e se entrega, se mostra e se declara, perdendo os limites do peito.

2º) "Nenhum escritor pode fugir da própria sombra”? (Manuel da Costa Pinto).

Verdade. Carregamos nossas experiências e vivências para a escrita. A nossa forma de pensar a vida caminha com a gente. Penso que o escritor desfazer-se dessa sombra seria desconstruir uma identidade, e que é essa característica que torna o escritor único.

3º) "Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”? (C. Gustav Jung).

Concordo. O sonho é algo que está sempre a alguma distância da gente. É algo que temos que alcançar, objetivos. É o que vemos quando olhamos para fora. Já o despertar é descobrir, dar enfoque, atenção ao que já temos e não nos dávamos conta.

4º) "Os que escrevem com clareza têm leitores, os que escrevem de maneira obscura têm comentaristas"? (Albert Camus)

Difícil interpretação. A escrita é um pensamento, um sentimento que tentamos, como escritores, traduzir em palavras, e isso é uma tarefa bastante complexa. Pensamentos simples às vezes se transformam em frases complexas quando organizados em palavras. O que é obscuro para mim pode soar suave a outro receptor.

5º) "Escrevemos porque ninguém nos ouve"? (Georges Perros).

Escrever, como também falar a um amigo, é uma forma de organizarmos nossos pensamentos sobre determinado assunto. Acredito que quando escrevemos temos mais tempo de organização das ideias, diminuindo as chances de má interpretação, talvez por isso a necessidade de escrever, para melhor organizar ideias enquanto elas ainda estão em elaboração.

➌ Uma Deixa
Um amor não começa com "Eu te amo"

Quais serão nossas primeiras palavras? Costumamos colocar o amor a certa distância de nós. Se ele chega muito perto, o afastamos ou fugimos dele. Pois, o amor pode nos assustar um pouco. Ele nos deixa vulneráveis, frágeis, dependentes, com medo e acabamos por nos afastar desse amor de perto da gente e continuar a busca pelo amor ideal, desses que viram notícias ou que atravessam oceanos para acontecerem. Mas nos esquecemos de que todo amor, começa num olhar, num toque, numa palavra de cordialidade, como um bom dia ou como vai você, e que atravessar o oceano ou a rua para que ele aconteça, são entregas que fazemos a esse amor.

A preocupação, o cuidado, o carinho, a atenção que dispensamos ao outro nos sinalizam desse amor. A vontade de ver, de tocar, a saudade que te acompanha o dia todo, num misto de sorriso com aperto no coração, também sinaliza para esse amor. Mas quando percebemos que estamos nos mostrando demais, estamos preocupados demais com alguém, nos vem na cabeça “é melhor eu dar um tempo disso tudo” e acabamos nos afastando e impedindo que o amor aconteça. Não porque não acreditamos no amor, é que não percebemos que o amor é construído dia a dia, que a cada “como vai você” se estreita o laço, então nos afastamos desse carinho e vamos à busca do amor que começa com um “Eu te amo”.

Afastamo-nos por medo, por avaliações, por achar que estamos nos entregando demais. Mas, admiramos a entrega de fulano, que atravessou o oceano e foi “recomeçar” em nome do amor. Tão contraditório é o mesmo amor, deixar se entregar a vulnerabilidade, a dependência daquela pessoa, a princípio dá medo e em seguida vira força e coragem. Se não houver entrega, nunca saberemos do que esse amor é capaz, o que você seria capaz por ele ou ele por você. E ouvir ou falar um “Eu te amo” não deve soar como um bom dia. Nenhum amor começa com “Eu te amo”. Quando disser “Eu te amo” se sinta dizendo “Eu me entrego a você e a esse amor”, num ato de força e coragem que a frase requer.
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["Me Apaixonei Por Um Poeta"].
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Para conhecer a produção de +Ana Paula Silva

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